Vítima vs Conquistador

Basicamente temos duas formas de nos posicionarmos face à Vida:
  • Vítima das circunstâncias
  • Conquistadores/responsáveis pelo nosso destino

Muitas vezes estas duas posições coabitam. Em determinadas áreas sentimo-nos vítimas, noutras somos responsáveis. Na minha experiência enquanto terapeuta e orientadora de pessoas, todos nós passamos pelas duas. A transformação ocorre quando nos fartamos de nos vitimizar, damos um murro na mesa, tomamos a decisão de ser felizes, e nesse momento preciso, mudamos de clube.
Passamos de vítimas a conquistadores, a responsáveis pelo nosso destino. Podemos não estar no topo da escalada, podemos ter toda uma jornada a fazer, definitivamente, invertemos a tendência decrescente e tomámos o papel de heróis da nossa história.
O clube dos conquistadores não está isento de desafios que os tiram ao chão e vão ao tapete. Demoram lá o tempo suficiente para compreender o que necessitam de fazer diferente, reunir forças e retomar a jornada.

Estes momentos são pontos de “RE”, repensar, reorganizar, reestruturar e todos outros “re” que possam fazer sentido como revigorar, revitalizar, regenerar e muitos, muitos mais. No clube dos conquistadores, as pessoas definem-se pelas suas forças, talentos, pela capacidade de reação aos desafios. Tudo o que acontece serve para os fortalecer e ajudar a desenvolver talentos e capacidades que até então estavam escondidos. Sabem que uns vêm impactar o planeta, outros o mundo, outros países, outros comunidades, outros a família. Não olham para o lado e se comparam. Antes inspiram-se pelas várias histórias, lendas de outros conquistadores e seguem em frente.
Se ele ou ela conseguiram, eu também consigo! – Este é o lema. E o mundo está cheio de histórias de superação e todas elas nos inspiram em ir além do que pensamos ser uma limitação. Vejam o caso de Einstein. Ele não se definiu como autista, mas sim como um dos maiores cientistas do século XX. Ainda no ramo da ciência temos o caso de Stephen Hawking, um dos grandes cientistas no ramo da cosmologia.

Apesar de sofrer de esclerose lateral amiotrófica, nós conhecemo-lo pela teoria de radiação dos buracos negros. Pensem no Nelson Mandela, preso durante mais de 20 anos numa simples cela, quando obteve a liberdade incentivou toda a população ao perdão, revolucionou o seu país e inspirou milhões de pessoas em todo o mundo a darem o seu melhor.
Pensem no Steve Jobs conquistador dos seus sonhos, criou a Apple, foi despedido da sua empresa, caiu num fosso que lhe permitiu repensar, reinvestir, regressar à empresa e aí sim catapultá-la para todo uma dimensão e transformar o mundo digital a nível mundial.

Pensem no Salvador Mendes de Almeida que sofreu um acidente aos 16 anos, ficou tetraplégico e hoje está à frente da Associação Salvador e ajuda centenas de pessoas com dificuldades motoras a descobrirem que podem ser felizes, que podem transformar o que possa ser uma debilidade na sua força. Haveria muitos mais a mencionar.
Convido-o a procurar e a descobrir por si mesmo outras histórias de superadores, de conquistadores do seu destino e vai ver que todos eles abordam a Vida a partir do seu ponto de poder, o ponto em que afirmam: Sou muito mais que a minha história, as minhas emoções, corpo ou mente. Eu escolho abraçar as oportunidades que a Vida me oferece e ir além do que penso ser possível para mim.
Quando passamos por momentos de vitimização, sentimo-nos impotentes face a um agressor, tristes, vamos perdendo animo e entusiamo. Podemos mesmo acreditar que qualquer sentimento de alegria não está no nosso destino, que estamos condenados a sofrer.

Acima de tudo estes momentos são períodos de reflexão, observação do que está à nossa volta, das oportunidades que nos estão disponíveis. Integração de forças para ganhar impulso para a subida.
Observe um atleta de salto, o que é que ele faz com o corpo antes de saltar? Encolhe-se todo, dobra os joelhos, contrai-se para no momento certo expandir, saltar e ultrapassar a barreira que se propôs passar.
Na vida temos sucessivamente estes momentos de contração e expansão e é assim que avançamos. Nós e todo o Universo.
No meu caso, por exemplo, poderia ter ficado a chorar o desgosto amoroso que sofri em 2005, no entanto após 6 meses de vitimização decidi que queria ser feliz novamente. Desta vez, não colocando a felicidade nas mãos de terceiros, a depender de qualquer forma dos outros, mas sim fazer da Alegria e Felicidade o meu mote de vida.

Escolhi responsabilizar-me por mim, conquistar o meu destino que, definitivamente, não era chorar pelos cantos às escondidas ou comportar-me como um zombie.
A Vida apoia-nos sempre em qualquer decisão que tomemos para nós, assim passadas 48 horas da minha decisão, recebi um convite para um workshop de Feng Shui que iria decorrer no fim de semana. Fui e a partir desse momento o Sol entrou em minha casa.
Nunca mais houve nuvens? Sim, claro que houve nuvens, tormentas, tempestades, no entanto a forma como as abordo é totalmente diferente. Vou em busca da oportunidade escondida em cada uma delas.
Hoje olho para trás e sei que foi uma bênção que recebi em 2005. Impacto o planeta? Não!
Sei que impacto, ajudo e inspiro as pessoas que me seguem a estarem mais conscientes das suas forças, a se priorizarem, a desenvolverem uma boa autoestima, a se valorizarem, a acreditarem no seu potencial.
O que me move é este impulso interno, uma necessidade, que por vezes até poderá parecer uma obsessão, de lembrar os outros que seja qual for a história de cada um, hoje, aqui e agora pode decidir fazer diferente e ir em busca da sua felicidade. Se você não o fizer, ninguém o fará por si.

“Não há caminho para a Felicidade. Felicidade é o caminho” – Thich Hhat Hanh