Intuição e Mediunidade
É o Espírito, por exemplo, que mantém o batimento do nosso coração ou que apoia todo o processo de respiração. Partindo deste princípio, necessitamos de interagir com o Espírito que somos. Com esse fim, cada um de nós tem um canal de comunicação. No entanto, nem sempre existe a consciência deste canal ou então, conhecendo-o, não lhe damos a devida importância.
Como comunicar com o Espírito?
Esta comunicação, numa fase inicial, surge muitas vezes na forma de Intuição. A Intuição é aquela vozinha que não grita, não berra, mas que sussurra ao nosso ouvido e nos aconselha a prestar atenção a um determinado pormenor ou a fazer uma ação que não estava na nossa intenção.
Apesar de ser um murmúrio, esta voz é determinada, incisiva e não se cala. Quando não lhe prestamos atenção, normalmente algo corre menos bem ou mesmo mal.
Recordo que, nos tempos em que exercia a minha atividade na área da Contabilidade, tinha o que na altura chamava insights durante o duche matinal. Chegava ao escritório e seguia as instruções recebidas de ver este ou aquele assunto. O certo é que naquele dia ou nos dois dias subsequentes, quando aquele assunto vinha à baila, eu estava preparada para ele. À medida que tomamos consciência desta voz, deste sussurro, e a escutamos, prestando-lhe atenção, interagindo com ela, a voz vai-se fortalecendo e aos poucos evolui para o que chamamos Mediunidade, permitindo uma comunicação mais intensa, real e constante com o Espírito que somos.
A intuição e mediunidade
A Intuição e a Mediunidade podem manifestar-se de várias formas e sempre através dos nossos sentidos. É por isso que alguns chamam “sensitivos” às pessoas que têm estes canais mais apurados. Podemos, por exemplo, ser acordados durante a noite sempre à mesma hora. Conhecer, pela primeira vez, uma pessoa, sentir empatia ou rejeitá-la sem saber exatamente porquê ou o telefone toca e sabe quem vai estar do outro lado. É a sua Intuição.
Há quem sinta necessidade de escrever, outros de pintar. Outros escutam vozes, vêem ou sentem coisas que os companheiros não vêem nem sentem. Outros recebem aromas únicos como comunicação, enfim… Um sem número de formas de manifestação. E o que fazer quando nos apercebemos que temos Intuição ou Mediunidade? Esconder? Tapar? Aceitar? Para onde ir? Quem poderá ajudar? São algumas das questões que se colocam.
Como proceder?
Tapar, esconder, fazer de conta é o que talvez tenha feito ou está a fazer e, caro leitor, imagino que não tenha sido sempre bem-sucedido. A voz insiste que faça algo diferente, algo novo, inovador. Possivelmente, tem receio de o fazer, duvida da sua eficácia ou acha um valente disparate que, ainda por cima, irá colocá-lo à mercê da crítica e do julgamento de outros. Acredito que, quando nascemos, trazemos connosco todas as ferramentas e talentos que precisaremos de desenvolver durante toda a nossa vida terrena. Eles desenvolvem-se aos poucos e na altura certa para todos nós. Por vezes, só precisamos de uma ajuda, de um empurrão, para deles ganharmos consciência.
Sendo a Intuição e a Mediunidade um tesouro à sua disposição, fará sentido ignorar ou fazer de conta que não existe? Claro que não! O caminho é pela aceita- ção! A aceitação, a crença e a compreen- são de quem verdadeiramente somos: o Espírito! Abrir o coração e a mente a esta nova forma de olharmos para nós, a esta forma de comunicarmos connosco. É ter o caminho da descoberta de quem realmente sou, como um dos objetivos principais. Neste caminho, temos pers- petivas e damos respostas diferentes aos desafios da vida. É o caminho de saber que somos sempre apoiados. É o caminho da fé, da confiança.
Ao percorrermos este caminho, apercebemo-nos das características, de quais são os talentos que compõem este tesouro e de que forma poderão ser desenvolvidos ao ritmo desejado. Aprendemos uma nova linguagem, uma língua para a qual não existe dicionário. Existem pessoas que nos orientam, de modo a fazermos o nosso próprio glossário. É pela prática que nos vamos alimentando e construindo esse dicionário. É a aprendizagem pela prática.
Na vida, não podemos esperar resultados diferentes se fizermos sempre o mesmo, se tivermos sempre os mesmos padrões de comportamento, as mesmas reações. Precisamos de introduzir, no mínimo, uma variante. Essa variante pode ser a pers- petiva com que olhamos para a Intuição, para essa voz que sussurra, percebendo-a como o nosso maior tesouro, um tesouro único e só disponível para si, caro leitor. Descobrir a Intuição e Mediunidade, desenvolver as potencialidades e características inatas, é um must para todos aqueles que desejam viver a plenitude das oportunidades que a Vida oferece.